Prof. Dr. Sebastião Freitas de Medeiros
November 06, 2016
• Mestre em Medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - SP;
• PhD em Reprodução Humana pela Universidade de Adelaide, Austrália;
• Professor Adjunto do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Ciências Médicas da UFMT;
• Professor do Curso de Mestrado e Doutorado da Faculdade de Ciências Médicas nas áreas de Reprodução e Climatério.
Diretor Clinico da Clinica Intro
Em Reprodução, dedica-se ao estudo das gonadotrofinas, endometriose, síndrome dos ovários policísticos, fisiologia ovariana e anovulação crônica, esterilidade conjugal e reprodução assistida.
Em climatério e menopausa tem interesse na influência do clima sobre as ondas de calor e influência da reposição hormonal sobre a beleza feminina e qualidade de vida no envelhecer.
Mensagem ao casal que deseja ter filhos.
A dificuldade em se conseguir a gravidez naturalmente é do casal. Envolve tanto o homem quanto a mulher. Assim deve ser investigada. Como as causas da esterilidade são muitas o tratamento só deve ser iniciado quando o diagnóstico definitivo for definido pelo médico. É comum perder-se tempo com tratamentos “tentativas”, por exemplo, uso de citrato de clomifeno (clomid, serophene, indux) por vários meses sem monitorização do médico.
Os resultados são ruins e aumenta a ansiedade e frustração do casal.
Busque centros médicos diferenciados, onde o princípio básico da medicina, de só tratar com diagnóstico correto e preciso não seja violado. Tenha paciência e coragem. Os resultados geralmente não são 100% e o fundamento do tratamento é a repetição.
Também, não fique trocando seu médico a cada tentativa sem sucesso. Isso só traz prejuízo para o casal.
Sejam persistentes e valentes.
O filho conseguido será o maior bem na vida de vocês.

ENDOMETRIOSE
November 06, 2016
Escrito por Instituto Tropical de Medicina Reprodutiva e Menopausa - Clínica Intro
Endometriose na esterilidade
A esterilidade pode ter múltiplas causas. É freqüente que o homem tenha problema. É também freqüente que os dois, homem e mulher, tenham problemas associados. Na mulher as causas mais importantes são falta de ovular, ovulação anormal, infecção das trompas e endometriose. De três mulheres que não engravidam pelo menos uma tem endometriose.
Como suspeitar da endometriose?
Deve-se procurar endometriose sempre que:
1 – A mulher que não fica grávida;
2- A mulher que tem cistos ovarianos isolados, persistentes, com líquidos viscosos no seu interior;
3- A mulher que tem cólica menstrual, principalmente a cólica que começa antes do sangramento e que seja acompanhada de aumento das evacuações ou diarréia;
4 – A mulher que tem dor na relação, principalmente no fundo da pelve.
Tem relação entre a gravidade da endometriose e os sintomas da mulher?
De modo geral, não. Notar que:
1 – A cólica menstrual não tem relação com a intensidade da endometriose;
2 – O tratamento da esterilidade pode ser mais difícil e prolongado quando a endometriose for mais severa.
Porque a endometriose dificulta a mulher a ficar grávida?
Os motivos são vários, principalmente a liberação de substâncias tóxicas que:
1- Favorecem o aparecimento de ovulações imperfeitas e produção insuficiente de hormônios necessários para que ocorra a gravidez.
2- Dificultam a penetração do óvulo pelo espermatozóide;
3- Alteram o movimento das trompas para o transporte do óvulo fecundado (zigoto) até o útero.
4- Impedem a nidação do embrião no útero;
» Pode ainda alterar a estrutura dos genitais (causando aderências de ovários, trompas, intestino), impedindo o encontro do óvulo com o espermatozóide.
Como saber se a mulher tem endometriose?
O médico precisa:
1- Juntar todas as informações que levem à suspeita de endometriose, principalmente cólica e esterilidade.
2- Examinar detalhadamente os genitais femininos na consulta;
3- Avaliar os genitais com ultrassonografia minuciosa para verificar possíveis cistos com líquidos viscosos e aderências;
4- Realizar a VIDEOLAPAROSCOPIA. Este, apesar de requerer anestesia, é o único método que dá certeza ao médico e paciente. O médico não deve demorar a realizá-la, principalmente quando a mulher, atualmente, tende a retardar a maternidade.
» Observação relevante: não há exame de sangue ( ex: CA 125) que dê o diagnóstico de endometriose.
Como tratar a esterilidade com endometriose?
Com o diagnóstico de certeza (VIDEOLAPAROSCOPIA) e a classificação da severidade o médico pode tratar por:
A) Endometriose mínima, leve, sem aderências:
1- Estimulação da ovulação, monitorar com ultrasson para identificar o dia fértil e marcar relação do casal em casa. É preciso que o homem tenha espermograma normal e a mulher tenha muco ( tipo catarro saindo pelo canal do útero).
2- Estimulação da ovulação, monitorar, identificar o dia fértil e fazer Inseminação Intrauterina. Caso o espermograma tenha diminuição do número e movimentos dos espermatozóides.
B) Quando for leve e espalhada na pelve ou com aderências
1- Usar medicamentos injetáveis por 3-12 meses para tratar a endometriose primeiro e demais proceder como recomendado em A.
C) Quando for moderada e severa, alterando a estrutura da trompa:
1- Usar medicamentos injetáveis por 6-12 meses e
2- Estimular a ovulação para produção de vários óvulos, monitorar com ultrasson e/ou hormônios e colher os óvulos maduros para fertilização
“in vitro” ou ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide).

CASOS DE SUCESSO
November 06, 2016
Escrito por Instituto Tropical de Medicina Reprodutiva e Menopausa - Clínica Intro
Caso 1
» EKVB, 29 anos, estudante, branca, casada há 8 anos, natural de Goiás.
» Deseja engravidar e nasceu sem útero (Síndrome de Rokitanski) marido normal.
» Tipo de tratamento: ICSI com utilização temporária do útero de outra mulher.
» Doadora do útero: AMM, 43 anos, branca, útero normal.
» Protocolo:
EKVB: Lupron, Puregon, Menopur, Ovidrel
AMM: Estrofen e Ultrogestan.
» Procedimento: ICSI com transferência de 04 embriões para a receptora (AMM)
» Resultado: Gravidez Gêmeos, parto cesárea, na 36ª semana, RNs Vivos, ambos do sexo masculino.
» Comentários:
1 - Primeiro caso de ICSI em Mato Grosso em paciente com ausência congênita de útero (Síndrome de Rokitanski).
2 - Raros casos no país: 2 relatos encontrados, 1 no Rio de Janeiro (RJ) e 1 em Rio Preto (SP).
Caso 2
» RLAN, 32 anos, branca, natural RS, casada há 3 anos, sem anticoncepção.
» Deseja gravidez e marido ( MAN) tem câncer de testículo e deseja congelar o sêmen antes da quimioterapia.
» Procede-se o congelamento do sêmen.
» Útero de RLAN com miomas < 2 cm, intramurais e 1 deles submucoso. Fez-se retirada do mioma submucoso com histeroscopia.
» Primeiro tratamento, ICSI, com gravidez heterotópica, interrompida.
» Óbito de MAN 1 ano depois.
» Três anos após o óbito do marido, RLAM inicia tratamento de ICSI com o sêmen congelado de MAN.
» Protocolo: Lupron, Protocolo longo. Gonal F 75 e Menopur 150, diariamente, Ovidrel.
» Procedimento: ICSI com transferência de 04 embriões.
» Resultado: Gravidez única, parto cesárea, RN vivo, 3.350 g, 51 cm, sexo masculino.
» Comentário: 1 - Primeiro caso de ICSI em Mato Grosso, com espermatozóide congelado, depois de 3 anos de falecimento do marido.
Caso 3
Maturação oócitos “in vitro”
JPS, 24 anos, branca, casada, do lar, natural de Juara – MT e procedente de Novo Progresso - PA.
Deseja engravidar novamente. Tem 1 filha com 3 anos de idade, como resultado de ICSI, realizado por oligozoospermia grave do marido, neste Instituto.
Tipo do tratamento atual proposto: ICSI por oligozoospermia
» Protocolo para hiperestimulação ovariana: Lupron, protocolo longo, associado a Gonal e Ovidrel para maturação de oócito.
» Resultado da aspiração: 10 oócitos foram captados, sendo apenas 1 maduro ( MII), e nove imaturos (7 N-I e 2 VG).
» Realizada a microinjeção do oócito MII, deixando em cultura os 7 oócitos em MI por mais 24 horas.
» Realizada a microinjeção dos 7 oócitos MI que amadureceram para a fase MII em 24 horas em cultura.
» Evolução: o oócito injetado no dia da aspiração degenerou, dos 7 oócitos em MI injetados, 6 fertilizaram e 3 clivaram. Assim, foram transferidos 3 embriões 3 dias após a microinjeção ( 9A, 4A, 6B).
» Resultado: Gestação única, evoluindo normalmente.
COMENTÁRIO: PRIMEIRO CASO DE SUCESSO DE ICSI COM OÓCITOS MATURADOS “IN VITRO”, EM MATO GROSSO.

1º BEBE DE PROVETA
November 06, 2016
“Há pouco menos de 40 anos atrás o que parecia impossível para alguns casais, hoje se tornou uma realidade. Diante de tantas tentativas frustradas, um casal decidiu conversar com o embriologista Robert Edwards e o ginecologista Patrick Steptoe, pesquisadores que estavam desenvolvendo um novo método de fertilização a FIV. Depois disso as vidas de milhares de famílias se transformaram em plenitude...” Acredite, agende sua consulta.